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Onde mora o vento
Sem o adejar dos pássaros
é triste o espaço onde mora o vento.
Sem o voo dos insectos
é triste o adejar dos pássaros.
Sem o pólen das flores,
o voo dos insectos é triste.
Sem flores e sem árvores,
mão há pólen no espaço onde mora o vento.
Sem Amor,
não há árvores nem há flores.
Sem Amor,
o poema onde mora o vento,
não existe!
Momento
Lázaro o chamaram,
Lázaro foi,
naquela aventura,
no Azul,
na Paz,
no mistério.
Lázaro na noite,
Lázaro na sombra,
do momento Eternidade,
do momento Luz,
do silêncio palavra,
que trespassa as fronteiras
da cósmica realidade.
E no momento,
no momento preciso,
a floresta aquietou,
e os grilos calaram,
o pirilampo piscou,
e Lázaro suspenso
na sombra da noite,
o medo esqueceu.
E no momento,
no momento preciso,
as estrelas vieram,
lá do alto,
com muito Amor,
falar do Universo,
do pirilampo,
e da flor
Contacto
Em redor,
o marulhar humano
e ambiental de um café.
O estertor citadino
de uma sociedade
a caminhar para um fim.
A aparência de vida
num cenário luzente,
sem significado para mim.
Cá dentro,
a cíclica tendência,
a propensão
para o radical,
magra condescendência,
só cego ideal.
Pássaro cansado
pousando no ramo.
Fecho os olhos devagar,
abro a janela e chamo:
Desperto ou a dormir,
a chorar ou a rir,
quem procuro virá.
Ao largo do inconsciente,
toma forma é nascente,
um ponto de luz,
uma promessa de Sol.
O rosto-compreensão
depressa se ajusta
à compreensão do rosto.
Agora
anonimamente,
dois seres compartilham
a mesma mesa,
o mesmo atentado
aos preconceitos.
Em redor,
o vazio retrocede,
novos horizontes
se revelam,
e do inicial estertor
resta somente,
doce e fonético rumor,
murmúrio de fontes.